Postura Arrogante vs. Postura Sistémica de um Constelador

No campo das constelações familiares, a postura que o constelador assume diante dos seus clientes é crucial para o sucesso do processo terapêutico. Ao trabalhar com sistemas familiares, o papel do constelador é facilitar a cura, a compreensão e o equilíbrio dentro do sistema. No entanto, há uma grande diferença entre a postura sistémica e a postura arrogante, que pode impactar profundamente a experiência do cliente e os resultados da constelação.
Neste artigo, vamos explorar as diferenças fundamentais entre essas duas posturas e como elas influenciam o trabalho de um terapeuta.
O Que é a Postura Sistémica de um Constelador?
A postura sistémica de um constelador é baseada numa abordagem humilde e respeitosa, em que o facilitador reconhece que é apenas um mediador entre o cliente e seu sistema familiar. O constelador sistémico deve:
Respeitar as dinâmicas familiares do cliente: Ele entende que cada sistema familiar tem a sua própria ordem, hierarquia e padrões. O constelador age com sensibilidade ao reconhecer que todos os membros do sistema têm o seu lugar e importância.
Escutar e observra sem julgamento: O constelador adota uma atitude de não-julgamento, permitindo que o sistema familiar se revele de forma natural durante a constelação. Ele não impõe as suas opiniões ou soluções ao cliente.
Focar-se no processo de cura e deixar o controle: A postura sistémica concentra-se em trazer à tona as dinâmicas ocultas e os padrões que precisam ser transformados. O objetivo é facilitar o processo de cura, ao permitir que o sistema encontre o seu próprio equilíbrio, sem que o constelador imponha a sua vontade.
Agir com humildade e empatia: O constelador sistémico reconhece que não possui todas as respostas e que o cliente é quem, traz consigo as chaves para a sua cura. Ele trabalha com compaixão e respeito, ao reconhecer o sofrimento e as histórias pessoais do cliente.
O Que é a Postura Arrogante num constelador?
Por outro lado, a postura arrogante de um constelador pode ser prejudicial ao processo de constelação. Esse tipo de abordagem é caracterizado por:
Desrespeito pelas dinâmicas do cliente: O constelador arrogante muitas vezes acredita que tem todas as respostas e que o seu conhecimento é superior ao sistema do cliente. Ele pode impor as suas soluções, ignorando as necessidades e a individualidade do sistema familiar do cliente.
Falta de empatia e sensibilidade: Ao adotar uma postura arrogante, o constelador pode ser insensível às emoções e ao processo do cliente. Isso pode levar a uma desconexão emocional, fazendo com que o cliente se sinta não ouvido ou compreendido.
Foco no ego e no poder pessoal: A postura arrogante é muitas vezes guiada pelo desejo de controle e poder sobre o processo terapêutico. O constelador pode querer demonstrar superioridade, ao assumir que conhece o caminho “correto” para resolver os problemas do cliente, ao invés de confiar no processo natural da constelação.
Falta de abertura para o desconhecido: O constelador arrogante tende a ser rígido na sua abordagem, sendo demasiado diretivo ou superficial na constelação, não permitindo que o campo sistémico do cliente mostre a dinamica que precisa vir à luz.
Como a Postura do Constelador Impacta o Processo de Constelação Familiar?
A postura que o constelador adota durante a constelação pode criar um ambiente seguro e acolhedor, ou pode prejudicar profundamente a confiança e o processo terapêutico.
Um constelador que se mantém em postura sistémica:
- Cria um espaço de acolhimento, onde o cliente se sente à vontade para explorar as suas questões familiares.
- Facilita o aparecimento de insights profundos, permitindo que o cliente tenha acesso a novas percepções sobre a sua vida e as suas relações familiares.
- Promove a cura emocional, ajudando a reorganizar o sistema familiar de forma saudável e equilibrada.
Por outro lado, a postura arrogante pode gerar:
- Resistência do cliente, que pode se sentir manipulado ou desrespeitado durante o processo.
- Falta de resultados positivos, já que o constelador interfere na dinâmica natural do sistema ao impor as suas próprias soluções.
- Bloqueios emocionais, pois o cliente pode se retrair ou se sentir desvalorizado.
- Emaranhamento entre o sistema do cliente com o constelador.
A Importância da Humildade na Constelação Familiar
A humildade é um dos principais pilares da postura sistémica. O constelador deve reconhecer que não é o protagonista do processo, mas sim um facilitador que permite que o sistema familiar se revele e encontre o seu próprio caminho de cura. A postura sistémica requer uma confiança profunda no fluxo da constelação e na sabedoria intrínseca que cada sistema familiar traz consigo.
A postura arrogante, por sua vez, pode bloquear esse fluxo, pois o constelador tenta forçar soluções ou interpretações sem respeitar o ritmo e as necessidades do cliente.
Conclusão
A escolha entre adotar uma postura sistémica ou arrogante é crucial para o sucesso do trabalho de constelação familiar. Um constelador que age com humildade, empatia e respeito pelo sistema do cliente cria um ambiente propício para a cura e a transformação. Já a postura arrogante compromete o processo, colocando em risco a confiança do cliente e os resultados da terapia.
Portanto, é essencial que os consteladores, assim como os clientes, estejam conscientes dessas diferenças para que o processo de constelação familiar seja verdadeiramente eficaz e transformador.